sexta-feira, 25 de junho de 2010

Canidelo - de S. Paio ao Cabedelo



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Não muito tempo, o Cabedelo era assim:


Pintura a óleo no antigo bar do Traquina


Antigo bar do Traquina -(demolido) - já dá saudade

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Aqui, está como era o Cabedelo dos anos oitenta a dois mil: Estreitas ruas, pinheirais, - autentica aldeia; mas, não foi desta forma que aqui está, que o conheci naqueles anos cinquenta. Dessa altura, tenho em mente imagens a negro e branco do pior tipo de papel e de revelação; não havia luz electrificada, nem água canalizada, nem estrada a não ser uma estreita viela em terra batida e, as casas de habitação, de saibro e areia, eram pobres, muito pobres; misérrimas. Eram os anos do luto permanente nas mulheres e nos homens vestidos de preto, porque, nem outra roupa havia, nem alegria para a vestir, se houvesse roupas de cor. Acabados de sair de uma tremenda guerra, para onde não partimos, mas, que, as mesmas necessidades passamos, ainda reinava a fome, a falta de tudo até do que era primário. E assim se manteve até aos anos setenta; a ver partir os nossos pais e irmãos para o Brasil desde os anos quarenta e, antes. Depois, para a França, Alemanha, América, Venezuela, Canadá, enfim, para todos os países do mundo, que, irmãos Portugueses estão espalhados pelos quatro cantos deste Universo. A partir dos anos sessenta, as guerras do Ultramar Português leva-nos o que havia de melhor da nossa juventude, para todas aquelas ex- províncias. Os restantes, aqueles que cá ficaram, ficamos orgulhosamente sós e, mais a miséria.





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Agora, as cores são outras, há alegria, não há fome como havia, reina a paz na Europa, todos vestem de cor; há roupas e novas cores vivas e, até o papel fotográfico deixou de existir, passou a ser o belíssimo digital com nova imagem e nova vida, mais calorosa.
Duas simbologias absolutamente antagónicas as apresentadas como a forma de viver dos anos cinquenta e a dos anos dois mil e dez: A realidade.
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Ao fundo, a vizinha Afurada.
De S. Paio ao Cabedelo











No litoral, na marginal do rio, o progresso instalou-se definitivamente. Rasgaram-se novas e bonitas estradas, passerelles pedonais, pistas de velocípedes e de skates, estacionamento e parques automóvel. Presentemente, constrói-se a vedação daquela que é a primeira reserva natural de aves, organizada, de Canidelo, pelo que, voltarei novamente um dia destes a aflorar esta importante iniciativa da Câmara Municipal de Gaia, da Junta de Freguesia de Canidelo e do programa POLIS. A população de Canidelo, do Concelho, do País e do Mundo, devem-se regozijar pelas importantes actividades que aqui acontecem, independentemente de quem as leva a cabo.







majosilveiro

4 comentários:

  1. Os comentários que me são enviados por amail não ficam registados neste local de comentários, pelo que, transferi o comentário do amigo Filipe Nelson, que, desde já muito lhe agradeço;
    Filipe Nelson para mim -
    18:34 (há 16 horas)
    data 26 de Junho de 2010 18:34
    assuntoRe: De S. Paio ao Cabedelo
    enviado porgmail.com
    assinada porgmail.com


    Sr. Monteiro,parabens,por permitir,que visionasse,tanta beleza.

    Cumprimentos.
    Nelson.

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  2. Parabéns pelo seu trabalho de fotografar e escrever poemas. Saudações do Brasil para Portugal.

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  3. Obrigado pelas suas palavras, que se tornam num incentivo. Abraços para o Brasil

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  4. As fotos mostram um pouco da beleza que tem a nossa Freguesia.Neste caso a marginal que vai da Afurada ao Parque Natural do Cabedelo.Mas quero destacar o excelente texto,que retrata com muito realismo o periodo nele focado.Um bom trabalho sociológico.Mais um bom contributo para Canidelo e que nos mostra a importancia do poder local e as virtudes do 25 de Abril.
    Zé do Hermes

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