domingo, 26 de dezembro de 2010

VISO, CANIDELO - GAIA ; Viso e a sua escola


*
O Viso, será, possivelmente, a zona mais antiga da freguesia de Canidelo.


/


*
Ruas antigas agora empedradas, mas, em séculos anteriores em terra batida e cobertas de mato - conforme o eram nas aldeias onde se praticava a lavoura, no Norte de Portugal - seriam as ruas da aldeia de Canidelo nos séculos de antanho.
*
*
Em Canidelo a agricultura era vulgarizada, sendo a principal actividade económica até muito recentemente. Ainda conheci imensas quintas e lavradores onde se praticou agricultura, até há cerca de trinta e poucos mais anos. Entre eles, algumas das que me recordo, que vi e que permaneci vendo, ainda em plena laboração: Senhores Queirós, Coimbra, Ricos olhos, Quinta das Eras, todos de alumiara. Quinta dos Limas e dos Brandões em Lavadores. Quinta do Paço e quinta do Fojo, naqueles respectivos lugares. Na quinta do Moínho. Lógico que, para além destas quintas, existiam muitos pequenos ou médios agricultores, nos seus lugares com suas terras próprias, como os Bessas, os Araújas, os Feijoeiras, os Bragas, as Bendeiras, nos terrenos da casa do Padre, nos Vendas, nos do Cravo e, tantas são, que, a memória pela certa mais recordará, mas, será fora de tempo. Estão descritas memórias, sobre este facto, desde há cerca de dois anos, no guião, que, pretendo venha a ser livro.
Este local de Canidelo - Viso -, pela certa não fugirá á regra daquilo que foi a economia de Canidelo até ao século anterior.


/


*
Meia volta… pelas pedras do Viso
/
Pelas pedras da calçada,
Fui procurar minha amada,
Fartei-me de caminhar,
Sem nunca a encontrar.
/
Diz-me meu amor, onde estás?
Não jogues à cabra cega.
Já pisei tanta irregular pedra,
E não vejo a que me eleva.
/
Gostaria de te ver,
Antes de partir, de morrer,
Lá no céu, será complicado,
De veres tu o teu amado.
/
Dei meia volta, mais meia volta,
Naquelas ruas estreitas,
De Canidelo, do Viso,
Mas.., será que não tenho juízo?
/
Partiu para bem longe,
Fugiu a sete léguas,
Este amado era bem louco,
Louco será muito pouco.
/
E assim terminou o amor,
Da fada morena Árabe,
Com o fidalgo da Mouraria,
Que morreu em cobardia.
/
João da mestra


/

*
ESCOLA PRIMÁRIA DO VISO


/

*
A Escola Primária do Viso, escola tipo da época do Estado Novo e da Repartição dos Edifícios Escolares do Norte, desconheço o seu autor da arquitetura e será de mil Novecentos e Sessenta a sua construção.
Esta é a escola primária dos mais novos á minha geração.


/




*
Aos alunos da escola do Viso
/
Escola primária, a primeira,
Para muitos, também, derradeira,
Escola primeira e primária,
Naqueles tempos, única, válida.
/
Escola primária do Viso;
Meninas e meninos com juízo,
Ali estudaram e brincaram,
Logo de seguida trabalharam.
/
Alguns por Canidelo ficaram,
Outros par´a cidade evoluíram,
Mas, muitos se desgastaram,
No estrangeiro, p´ra onde partiram.
/
Mas, quando à terra voltaram,
Com a saudade, carregados,
Visitar a escola do Viso foram,
E se sentiram amparados.
/
Logo partiram, nova jornada,
Família ficou, desamparada,
Distância vencida, labuta inicia,
Renovada saudade principia.
/
Meninas e meninos de Canidelo,
Que na escola do Viso cursaram,
Não mais esqueceram o esplendor,
Das lições que receberam com amor.
/
E, hoje, respeitam aquele lugar,
Lá se dirigindo como a um altar,
Como crianças que ainda são;
Com a esperança no coração,
De lá verem seus netos cursar,
Com igual veneração.
/
João da mestra


/













majosilveiro

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

SAGRES: O BAR DE EXCELÊNCIA NOS ANOS 60 E 70, DO IGLÉSIAS, NA PRAIA DE SALGUEROS EM CANIDELO - GAIA


*

ANTIGAMENTE ERA ASSIM:
>
SAGRES: O BAR DE EXCELÊNCIA NOS ANOS 60 E 70, DO SAUDOSO AMIGO IGLÉSIAS, NA PRAIA DE SALGUEIROS EM CANIDELO - GAIA


>

*
Decorreria o ano de 1960 – seria o de 1959? Seria o de 1962? –, Um audacioso, mas, já saudoso Canidelense, resolveu edificar e equipar um bar na praia de Salgueiros, precisamente no caminho ao areal, junto ao “jardim” de chorões e de plantas nativas e, ali, logo logo tendo como vizinho, o mar. Foi o mais magnificamente belo bar até hoje existente naquelas paragens.
/
Foi o magnificente BAR SAGRES, de boa memória e, o seu idealizador o saudoso senhor Iglésias (avô) que, a seu gosto ali permaneceu durante cerca de vinte a vinte e cinco anos (calculo eu, porque, me faltam informações precisas).


/



/

Recordo, de, em muitas ocasiões, acompanhar o meu pai e irmãos em passeios dominicais à praia de Salgueiros, para ver as praias e para permanecer uns minutos no original BAR SAGRES. Entre essas ocasiões, uma me marcou mais devido a que o meu pai ao chegar, encontrou ali o filho do anfitrião, que, raramente ali estava, conforme na nossa aldeia, porque era embarcadiço. Foi grande o entusiasmo no encontro e, fiquei eu ali numa seca tamanha à espera porque a demora à conversa foi por longo ou mais tempo que o normal. Unicamente me recordo de o ver nessa ou mais uma ocasião…, vida de embarcadiço.
*
Os Iglésias, Pai e filho, eram pessoas respeitáveis e respeitadas, tendo criado um círculo misto de clientes – amigos, ou antes, de amigos - clientes, que, ainda hoje os recordam com saudade.
PAZ ÀS SUAS ALMAS.
*
/





*
*
Sagres, a Saudade
*
A saudade, a nostalgia,
Aumenta de dia para dia;
O que aconteceu de menininho,
Recordo agora com carinho:
>
Deixou-me imensas saudades,
Em Salgueiros, o “Bar Sagres”,
Junto à praia em cima das Dunas;
Recordações, no coração arrumas.
>
Deixou-me imensas saudades,
Aquele areal, aqueles chorões;
Naquele tempo sem multidões,
Salgueiros, a praia e o “Bar Sagres”.
>
Deixaram-me imensa saudade,
Os amigos de verdade,
Com quem eu brinquei ali,
Com quem ali convivi.
>
Deixou-me imensas saudades,
Em Salgueiros, o “Bar Sagres”,
Meu pai ali me levava,
Aquele lugar ele amava.
>
Deixou-me imensas saudades,
Em Salgueiros, o “Bar Sagres”;
Muito meu pai considerava,
Os Iglésias, a quem muito estimava.
>
Iglésias; Avô, Pai e Filhos,
Todos eles meus amigos,
Hoje choro de saudades,
Pela falta do “BAR Sagres”.
>
Avô Iglésias, eu te quero Louvar,
Pai Iglesias, te estou a homenagear,
Pelo Sagres, aquele saudoso Bar,
Que fundasteis junto ao mar.
>
E quem no Bar Sagres não se revive,
Quer de Canidelo seja, ou não?
Era o bar da Juventude de Sessenta,
Que ali o tempo passava em reunião.
>
A vida é composta de mudança,
Por isso, eu ainda tenho esperança,
De voltar a ver o “BAR SAGRES”,
Nem que seja no Paraíso das Verdades.
*
João da mestra

/





*
Muitas outras histórias outros terão para contar, muitas outras histórias estão nos segredos dos deuses, muitas outras histórias serão levadas consigo quando partir. Você poderá contar, aqui nos comentários, as suas histórias…eu tratarei de as transferir, de as passar para primeiro plano, para junto destas, logo de imediato.
UM BEM HAJA

*

As fotos eram de Alexandre Monteiro e foram-me deixadas.

O texto é de João da mestra assim como o poema.

A montagem é de majosilveiro








segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Freguesia de Canidelo/V.N.Gaia, Largo e Avenida da Igreja, Capelas de Santo António e Almas e de Nossa Senhora da Guia, Cruzeiros do Adro, Igreja


*

Freguesia de Santo André de Canidelo na Cidade de Vila Nova de Gaia: Avenida e Largo da Igreja, Capela de Santo António e Almas, Capela de Nossa Senhora da Guia, Cruzeiros da entrada do Adro da Igreja Paroquial e do Cemitério, Igreja Paroquial e Casa do Paço, Casa do Sá; algum do espólio neste lugar da Igreja.


/

Cruzeiro à entrada do Adro da Igreja (existem dois iguais)


/
*
Avenida da Igreja - local onde se situa o salão paroquial e as salas de catequese.
Igualmente aqui se situam o lavadouro público e as duas capelas aqui apresentadas.
A Igreja é ao fundo da avenida e no cimo de uma escadaria que nos leva á porta principal.


/
/
Adro da Igreja e parte do largo fronteiriço (ao fundo nova urbanização)
As novas urbanizações proliferam por toda a freguesia de Canidelo, mas, será sempre pouca a habitação condigna numa freguesia que cresceu de 63o habitantes em 1739 para cerca de 50.000 em 2010, portanto em 271 anos. Uma das razões para este crescimento brutal e por vezes anárquico, da construção, foram, em tempos remotos, a agricultura e as pescas que aqui se praticavam, depois, a era industrial com as fábricas que aqui se instalaram e, ultimamente e de maior incidência a procura da orla marítima por várias razões, como, a do lazer e dos ares não poluídos das cidades do Porto e de Gaia, que, cresceram desmesuradamente.

*
CAPELA DE SANTO ANTÓNIO E ALMAS

/


/
*
Data de 1771 e é pertença da paróquia.
/


/


/

A imagem de Santo António data do séc XVIII - 1771 - é em madeira e, é único exemplar.

/
Santo António e... o menino



*
CAPELA PARTICULAR DE NOSSA SENHORA DA GUIA


/


/


/
/


*
CASA DO SÁ
/


/

*
Muito habitual é agora dizer-se, quando se pretende contar algo sobre o passado, "eu ainda sou do tempo em que" . Pois bem, inicio então, para contar esta história, que, eu ainda sou do tempo em que, - não, não é que sou do tempo da fundação deste magnífico "palácio" , porque, para isso teria eu que existir já desde o século XVII ou XVIII, - sou sim do tempo em que os antigos proprietários da família do Senhor Sá, tinham ali uma loja de comércio que, comparada ao nível dos dias de hoje, seria a grande superfície comercial, com tudo possível e imaginário para servir uma população já de muitos milhares. Decorriam os anos de 1957 a 1960 e, ali ia eu aos domingos de manhã, nas fugas de ir à catequese, com uns centavos (tostões) na mão, para comprar um ou dois caramelos ou rebuçados. E, lá ia eu entretido a desembrulhar o papel e logo a danificar os dentes com aquelas doçarias.
/


/


/
Cruz cimeira no portal principal e nicho em pedra trabalhada

/
Única na freguesia - janela com decoração em pedra trabalhada

/
Único na freguesia - janelo com decoração em pedra trabalhada

/
Fino trabalho a cinzel e escopro, na pedra

/
Uma das estradas para as praias e para a zona baixa de Canidelo
/
Do outro lado dos campos, casario da zona central mais antiga de Canidelo
/
Seria assim no século XVII (?)
/
Antiga casa de habitação(?) ou celeiro (?)
/
*
Igreja de Santo André de Canidelo - Nesta igreja terão sido baptizados todos os meus avós e tios avós, até á quarta geração de um lado e, quinta ou sexta geração do outro (falta-me apurar os anteriores àqueles). Como esta igreja data de 1739 e, como actualmente a população de Canidelo rondará os cinquenta mil habitantes e, sendo que na fundação da mesma teria cerca de somente seiscentos habitantes, poderemos afirmar que, foram muitos milhares de milhões de Canidelenses e seus antepassados que usufruíram das Bençãos desta Igreja.
É minha pretensão, com este simples comentário, homenagear todos quantos por aqui passaram; pelo Baptismo, na Catequese, nas Comunhões, pelo Casamento e, na derradeira hora de partir.
/
Ao fundo, a igreja, a casa do Paço e o antigo edifício de apoio às actividades da Igreja; Sacristia, salas de catequese, salão dos Andores. Ali, funcionou também a primeira casa mortuária.
Em primeiro plano, a rua que nos leva á parte mais antiga da freguesia; o interior do lugar de Canidelo.


/
Paço onde habitou D. Pedro e D. Inês de Castro


/
Pintura a aguarela! ... digital - o largo da igreja
*
textos de Joãodamestra
*
majosilveiro