terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

NÓ DO FOJO - QUATRO CAMINHOS - VERDINHO - ESCOLAS INÊS DE CASTRO - DE CANIDELO, GAIA

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EM CANIDELO DE VILA NOVA DE GAIA
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* QUATRO CAMINHOS * VERDINHO * MEIRAL **
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*RUA DA BELGICA * NÓ DO FOJO * AUTO-ESTRADA A1 *

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Escolas Inês de Castro na Rua da Bélgica.




A Rua da Bélgica é a mais longa de todas na freguesia de Canidelo e, é uma das mais longas de Gaia. Possivelmente, também, a mais antiga e a primeira a ser em paralelipípedo. Ela atravessa toda a freguesia e, inicia em Coimbrões junto à ponte do comboio. Depois de passar pela desactivada fábrica do Fojo, pelo nó de auto-estrada com o mesmo nome, pelos Quatro Caminhos, segue em lanços meio sinuosos meio rectas de curtas distâncias, intercalando com rotundas e apertadas curvas e, cortada e desviada pela construção da auto-estrada. Serve o campo de Futebol do clube da terra e segue em direcção ao mar, à praia de Lavadores, depois de atravessar dois importantes lugares; Alumiara e Lavadores.



No lugar de Alumiara, nasce a partir dela, a rua que faz ligação à zona nascente da freguesia de Canidelo - a beira-rio e o Cabedelo - e à vizinha freguesia da Afurada.
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Ao Nó do Fojo
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O Nó do Fojo, recentemente aberto entre prédios e quintais, destinado a servir como entrada e saída na auto-estrada Porto - Lisboa, ficou com esta função definitivamente, após trinta e cinco anos da construção de uma auto-estrada, que, inicialmente não era para ter entradas nem saídas. A entrada e saída Norte / Sul ficou um arranjo com a falta das condições necessárias para um bom desanuviamento do trânsito. Espera-se que, a todo o momento, as instituições se relembrem que esta obra foi um arranjinho muito desarranjado e reconstruam, ou ali ou noutro local, um nó que assim se lhe possa chamar.

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Edifícios à Rua Tenente Valadim e Nó do Fojo. Em primeiro plano, a auto-estrada nº 1
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Auto-estrada Porto - Lisboa
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Junto aos Quatro Caminhos e Nó do Fojo
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A denominada, casa do Freitas. Em frente e, neste bocado de rua, a casa onde nasci.
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A CANIDELO - Vila Nova de Gaia

O Mundo é o meu Universo. Portugal o meu País. Vila Nova de Gaia é o meu Concelho de naturalidade e Santo André de Canidelo a minha freguesia de nascença. Verdinho o lugar e, na Rua do Tenente Valadim a minha primeira residência. Pertenço á Era Cristã e aos anos 50. Gaya já não era Mouro nem Moiro nem Mouraria quando nasci. E já não era a Mea Villa de Gaya. Era já Vila Nova de Gaia. E era Vila. Não cidade. E já estava na Europa. Já sou Europeu desde que nasci. Não estive á espera para entrar na Europa; Já lá nasci. Numa Europa diferente, em que cada País era livre e era Europeu. E em que cada País era Europeu mas livre. Em que não tínhamos que obedecer ou cumprir ordens de nenhum governo central europeu. Nem tínhamos nenhum banco central. Nem moeda única. Existia uma moeda muito fraquinha na altura mas que com ela todo o Povo fazia toda a sua vida sem necessitar de cartões de crédito. Nem de débito. Nem de corrida aos bancos às hipotecas. Nem comprava casa sem pagar. Nem se hipotecava a ele nem á família para a comprar. Hoje compra-se casa a pagar em trinta anos, ou trinta e cinco, ou...., E quem paga? - A correr muito bem será metade o próprio e metade ficará já a hipoteca para os filhos.
Santo André de Canidelo tinha poucas casas. Poucas ruas. Ou antes, tinha três ruas e um "quatro caminhos". Mas, caminhos tinha muitos. Não de cabras, que, nunca as conheci na minha aldeia. Ruelas de terra, caminhos de terra, becos estreitos, becos muitos estreitos, becos com saída e becos sem saída. E o povo morava ali, ele também num beco sem saída. Mas tínhamos praia. E temos ainda praia. Muita praia, por enquanto. Uns quilómetros de praia que vai desde o bico do Cabedelo, ou areal do Cabedelo - da Foz do Douro - até á Madalena. Não é á senhora Madalena, é até á freguesia da Madalena. A freguesia ali vizinha. Mas para que era a praia? Quase ninguém ia para a praia há sessenta anos. Ou ninguém ia mesmo há sessenta anos para a praia. Agora sim. Temos praia com pessoas. E também com gente; muita gente. E também com gentinha. O lixo fica lá, na praia, no areal. Os concessionários depois limpam, ao fim do dia e de madrugada. E temos praias com casas em cima das dunas. E com prédios também, em terrenos roubados às dunas da praia. Casas para morar, casas de férias, casas de praia, onde, um dia qualquer, o mar vai também passar férias à casa. E é a praia o cartão turístico da freguesia. E são as praias o cartão turístico da Vila Cidade de Gaia. E, outro cartão turístico, são os bares de praia e os restaurantes de praia e a vida nocturna de praia. Muito importante é agora Canidelo pela vida nocturna na praia, nos restaurantes de praia e nos bares de praia e pelo carjaking de praia. Mas eu gosto muito, mesmo assim, de Canidelo dos anos dois mil e quase onze.
Mas, gostaria de fazer uma viagem ao passado e conhecer Canidello do séc. XVIII e início de XIX, em que só Ingleses viviam junto á praia, isolados de tudo e de todos, dentro das suas enormes mansões/palácios, com pinheirais próprios, quintas próprias, agricultura própria; feudalismo. Gostava de conhecer como viviam meus avós, bisavós, trisavós e tetravós, mulheres e homens do povo, daquele povo que não tinha nada e que trabalhava de sol a sol, debaixo do chicote do morgado ou do chicote do alcaide ou, uns séculos antes e, aí o chicote era do Clérigo – os monges do Mosteiro de Grijó -, que, eram os proprietários das terras em Canidello. E também retroceder á época medieval e ver como viveram ali o D. Pedro e a D. Inês de Castro na sua quinta dos Paçais, em cannydello. E também á época pré histórica Visigótica e ver como foram ali as lutas tribais entre aqueles e os Gregos e Cartagineses, Celtas e Iberos, Mouros e Lusitanos. Estamos no século XXII, será que estamos? Então está bem assim, é a minha época. Cada um vive na sua.
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João da Mestra

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A Casa da quinta do Jordão
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O palacete dos Quatro Caminhos
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Bifurcação das Ruas de Tenente Valadim e dos Barracões
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ASSOCIAÇÃO RECREATIVA DE CANIDELO
- OS CHALADOS -


*Parte da história desta Associação está descrita em:

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EDIFÍCIOS NOS QUATRO CAMINHOS

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A primeira bomba de gasolina (assim a denominávamos na terra) e estação de Serviço que, foi instalada na aldeia de Canidelo. Decorreria o ano de mil novecentos e sessenta (?), aproximadamente e, tinha a marca SACOR.
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O BURRO – (o burro do sete sêmeas)
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Lá na minha terra havia um burro,
Que zurrava, zurrava, zurrava,
Sem nunca acabar, de findar, de terminar,
De zurrar, de zurrar, de zurrar.
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Eu sei o que ele queria dizer,
Que estudei a língua de burro,
Mas não urro, não urro, não urro,
Porque nunca fui, nem sou burro.
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Apesar de muitos mo chamarem,
Que o eram eles, sem o serem,
Que através dos tempos sempre o foram,
A mim, que nunca o fui.
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E se urrar não sei,
E burro nunca fui,
Também nunca urrei, nunca urrei,
E outros que, não burros, sempre urraram.
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E disto me lembrei,
Pr´a demonstrar que sei,
Colocar os verbos nos tempos;
Não sou burro e não serei.
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Mas, há muitos burros por aí,
Dos outros; alguns que não aprenderam,
Nunca souberam nem quiseram,
E chamam de burros aos outros e, ao burro.
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O burro zurrava, zurrava, zurrava,
Todos os dias às seis da tarde,
P´ra dar ordem de saída,
Dos trabalhadores, desgastados da lida.
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Pois ele estava-lhes a dizer,
Ao zurrar, zurrar, zurrar,
Que nada fazia, ficava a ver,
Todos os dias eles a trabalhar.
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Dizia: – Eu que sou burro fico em casa,
- A zurrar, a zurrar, a zurrar,
- Afinal quem é o burro?
- Não sabem que é o meu cantar?
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João da mestra
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História de ficção e verídica, em lembrança de desde menino ouvir diariamente zurrar um burro que “morava” ali, aos quatro caminhos, inicialmente nos pinhais a caminho da escola Manoel Marques Gomes, na Rua da Bélgica, Junto à Rua Cova da Bela (há cerca de cinquenta anos) e, mais tarde, junto à ilha da Varina, também na Rua da Bélgica, onde hoje se encontra a esquadra da P. S. P. – Era o burro do sete sêmeas. Se há burros que fazem falta, este é um deles, dava-nos a horas, outros nem por isso, outros nem isso nos dão, esperam que tudo lhes seja dado.
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João da mestra
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ESCOLAS INÊS DE CASTRO NA RUA DO MEIRAL
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Um dos maiores complexos escolares de Vila nova de Gaia
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EDIFÍCIO - MÁXIMOS - EM FRENTE DA ESCOLA INÊS DE CASTRO
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EDIFÍCIO DA (nova BOULEVARD) EUGÉNIO DE ANDRADE



majosilveiro
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A música Na Casa das Mestras e nos Chalados, no Meiral em Canidelo de Vila Nova de Gaia

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Manifestações poéticas também acontecem em Canidelo

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Cantigas de Amor, de Amigo, de Escárnio, de Maldizer e de Bendizer foram as primeiras manifestações poéticas – trovadorescas, surgidas na idade média, nos séculos XII a XIV, em Portugal, pelo pensamento e pela mão de El-Rei D. Sancho I e D. Dinis.
Também em Canidelo existiram pela certa os Trovadores da Idade Média, os do Romantismo, do séc: XVIII e XIX e, os Trovadores/tocadores, que, levavam pela aldeia o seu amor às moças que, enclausuradas viviam nas quintas de lavoura de seus familiares e, ou não.
Existiram também os tocadores e cantores de serenata, que, à noite, pela socapa, enrolados em capas, cantavam às janelas das casas onde sabiam existir moça bonita. Isto, era por vezes motivo de grandes rixas entre os donos das casas pais das moças e os poéticos manifestadores de amores clandestinos, que, não raras vezes dava em feridos e mortos. Chegavam mesmo a existir lutas entre as casas dos vários residentes, ficando daí rancores que perduravam depois, através dos tempos. Era vulgar também a luta e o duelo por espera, onde, alguém que se queria vingar de acontecimentos anteriores, atacava de surpresa, normalmente pela calada da noite.
Esta cantiga que apresento, não da idade média mas sim da actualidade, classificaria de Cantiga de Amigo e de Bendizer e, é de velho – novo autor, com mente sã, do século XXII,
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Sou Filho de Mea Villa
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Sou filho de Mea Villa,
De Mea Villa de Gaia,
Da Gaia do Rei Ramiro,
D´el Rei Ramiro da Villa.

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Das terras de Cannidello,
Cannidello, Sant´André,
Sant´André de Cannidello,
Terras D´el Rei D. Pedro e Inês.

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D´el Rei D. Pedro e Inês,
Inês de Castro, lá do Paço.
Lá no Paço do Moiral,
Nasceu minha mãe, outra Inês.

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Inês da Mestra, do Paço,
Das Mestras do Paço, Legatária,
Legatária da Casa das Mestras e Mãe,
Minha Mãe – e Viva o Mestre.

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João da mestra



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A TERTÚLIA DOS SESSENTA
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PARTE I
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Após cinquenta anos e uns meses mais,
Daqueles saudosos serões; Saraus Musicais,
Em que tão melindres éramos nós então,
Mas que nos deliciávamos já então,
Com os famosos músicos e a música do serão;
A violino com destreza pelo Lourival tocada,
E a piano com agilidade pela Filomena acompanhada,
E não raras vezes também pela mesma cantada,
Que nos dois papeis; pianista e soprano se desdobrava:
Com presteza e vivacidade nas teclas com fervor tocava,
E com sua poderosa voz de soprano com ardor cantava.
O pai orgulhoso assistia e em silêncio sofria de alegria,
Sempre tinha sido aquela a sua ambição de dia para dia,
Conseguiu-o para sempre a partir daquele dia.
A mãe assistia com as lágrimas nos olhos enquanto a Mena cantava
E ao Lourival incessantemente lhe pedia “ toca aí uma violinada”.
A avó via ali os seus meninos agora notáveis mas crianças, sempre,
Aplicados nos estudos, famosos e célebres mas sempre, crianças,
E ao Lourival e à Mena sempre os incentivava; toquem meninos.
E a menina tocava, o menino tocava, que até já eram bem crescidos
E punham os meninos a tocar, os outros meninos, os mais pequeninos;
E meninos continuam de sessenta e setenta; A jovem tertúlia.
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PARTE II
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Assistentes eram permanentes, daqueles Saraus,
A Constança, a Inês e o pai seu, irmão do meu,
Que vinham a pé desde Coimbrões, com grandes ilusões,
Já de noite escura, era uma loucura, por entre pinhais,
Durante três quartos de hora e chegavam mesmo na hora,
Com grande ansiedade, assistiam a espectáculo, de verdade,
Ficavam radiantes em todos os instantes que viam actuar,
O primo Lourival e a prima Filomena a tocar e a cantar.
Regressavam a casa, depois de noite passada, igual como vieram,
Todo o caminho a pé, sem nunca desistir mas não a pedir.
Hoje relembram com extrema saudade aqueles saraus de variedade.
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PARTE III
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Juntam-se agora outros artistas noutros serões,
De poesia e declamações com poetas de dois tostões,
De avançada idade e já caquécticos mas andam muito frenéticos,
A escrever prosa, verso e poema e, com este estratagema,
Passam o tempo e esquecem, a dor dos joelhos pela artrose,
Da coluna pela hérnia discal e, do coração que é já habitual.
Sarau de declamação do poema, que cada um criou e dá vida,
Ali naquela casa, reunida, a tertúlia dos sessenta e dos setenta.
E, fica alegre o serão, com a Inês, a Constança e o João,
Todos eles a ler e a declamar e, a Lurdes e o Clemente,
Na assistência a atrapalhar, com apartes barulho e confusão,
A interromperem o serão. E lá segue animado,
Até há uma da manhã com barulho, a perturbarem o silêncio ao vizinho,
Que, não tardará, chama a polícia, já de caminho!
E, todos nós a recordar, coisas passadas, antigas; Já que recordar é viver.
Mas muito recordar faz sofrer.
E assim acaba o serão, c´ao lágrima no olho e dor no coração.
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Homenagem a todos os que aqui menciono e que nos deixaram já, em altura muito recente ou mais alongada. João da Mestra

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1958/59

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1959



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Florinha na janelinha
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Lá na minha aldeia,
havia uma casinha velhinha,
mesmo defronte da minha,
onde uma menininha,
logo de manhãzinha,
aparecia à janelinha;
com um rosto bonitinho,
e um lindo sorrisinho,
pronta, logo me dizia,
- bom dia,
Quando eu era um menininho.
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Os anos passaram,
a idade avançou.
A casa derrubou,
a janela acabou.
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Hoje, a menina é velhinha;
naquele lugar, na janelinha,
está lá uma florinha,
que a colocou um irmão meu,
foi um presente que me deu.
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João da mestra

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/ em1963



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* 1963
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Eu violinista e o fenómeno André Rieu
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Desde há mais de cinquenta e três anos que o meu pai preceituou que eu fosse violinista. Não teria ainda seis e já eu andava de braços no ar a segurar aquele instrumento com forma de madame desnudada e o seu anexo – o arco - na posição de o fazer vibrar e, a fazê-lo vibrar mesmo, qual Chinês que, se vêm agora a tocar as Czardas, com quatro, como que aquilo seja uma brincadeira de criança, ou como que sejam robôs a baterias de energia solar, porque uma vez iniciarem a tocar nunca mais param.
O professor que tinha lá em casa era exigentíssimo e não dava permissão de eu baixar os braços a desleixar aquela posição de violinista diligente. Com o violino bem levantado, o braço e mão esquerda responsável por tal segurando-o bem seguro, bem no ar, enquanto que, com o braço direito fazia os movimentos de vai e vem com aquela comprida vara recta, onde, nas pontas prendiam as cerdas – elaboradas a partir de crina de cavalo –, (mas não tinham cheiro) a que se denominou de Arco. Com cotovelo dobrado, em baixo mas sem encostar ao corpo, o braço meio levantado, mais parecia um carpinteiro de serrote na mão a cortar o violino ao meio que, até rangia. Eu em um todo, numa posição bem vertical, erecto de Homo Sapiens, - foi há muitos anos mas já tínhamos saído da idade primitiva -, ali ficava a fazer rinchar aquelas quatro cordas de metal, que, para os sons saírem limpos era necessário pisa-las bem forte com a ponta dos dedos, o que era por de mais doloroso. Diga lá quem de direito se isto não é uma tortura. Pois, eu a praticava todos os dias e por várias horas. E, nunca obtive alforria nem me atrevia a pedi-la. Foi assim até aos dezasseis, obrigatoriamente. A partir dali foi voluntariamente.
Desde essa altura ouvia que, na música em Portugal não havia futuro, que era impossível viver-se da música, que Portugal era um país atrasado em musicalidade, - ouvia-se, bem entendido, à socapa, que, dizer isto era subversão. Mas, eu é que não obtinha a tal carta que me poderia libertar. Ser músico, de facto, naqueles tempos, seria somente por cultura geral, já que, para se ganhar o sustento seria pior que qualquer outra profissão. E, lá continuei eu a estudar para… o meu futuro…, sem futuro. Eu refiro-me sempre á música clássica, daí o futuro sem futuro, que, aqueles que profissionais o eram estavam votados, primeiro, por um país e um sistema que olhava pouco para esta Arte e, depois por uma mudança que ninguém sonhava, que, deu governos que só menosprezaram e achincalharam os músicos clássicos. Ninguém sonhava que iam acontecer aquelas mudanças, muito menos eu, criança, que, a única forma que tinha para me revoltar era… tocar violino, quer quisesse quer não.
Substancialmente diferente, foi, na realidade, o que se verificou passados uns anos; há cerca de uma vintena: O futuro dos músicos aí ficou arrasado quando os inteligentíssimos governantes de então mandaram encerrar a Orquestra Sinfónica do Porto e mais tarde a Orquestra Sinfónica de Lisboa, mandando todos aqueles profissionais – mais de cento e … (?) - para casa, - para a prateleira, como diziam – para convocarem, qual jogadores de futebol, com ordenados a quadruplicar, outros tantos músicos de toda a Europa, escolhidos a dedo, para se formar uma nova orquestra, de raiz, … porque, … porque o dinheiro para lhes pagar não era nosso, era de subsídios. Acabado que foi o subsídio, acabou a nova orquestra. Entretanto, alguns dos instrumentistas Portugueses faleceram, quasi de imediato, até por colapsos cardíacos.
Que rico, maravilhoso e opulento futuro me esperava, continuasse eu a fazer rinchar e vibrar o violino que nem Chinês que, agora quem vibraria e rincharia, era eu, que nem Português.
Surgiram imensas novas escolas estatais de música em Portugal e, agora não é necessário aprender em casa, como outrora. O ensino da música, nas suas bases, passou a ser leccionado também nas escolas secundárias e, após estas, poder-se-á optar pelos conservatórios de música ou pelas escolas profissionais.
Mas, para fazer mudar a mentalidade das massas ou para a mudança de uma determinada questão, nada como os fenómenos e, aqui, como no futebol, quando surge, como surgiu, um Cristiano Ronaldo, logo todos se lhe seguem (tentaram seguir) as pisadas, inscrevendo-se em clubes e em escolas de futebol – era a febre do Ronaldismo, que, não do Cristianismo (!) Também, presentemente, acontece um fenómeno em Portugal, importado como sempre, este, dos bons fenómenos e das boas importações, para bem da música denominada de clássica; André Rieu.
Este famoso Violista – André Rieu - e a sua orquestra, assim como os excepcionais instrumentistas, coros e as vozes – como os famosos tenores e sopranos – todos os inúmeros convidados, - fez mudar ou, está a fazer mudar a mentalidade e a postura que os jovens e todo um povo, no nosso país, tinha ou tem perante a música clássica e, o mais importante, veio dar razão que, as orquestras são para manter, não para encerrar.
É fantástico assistir a estes Gloriosos concertos, que, tenho assistido por DVD, já que, quase impossível é assistir ao vivo – porque não vem a Portugal e, se vier, imagino o preço (?) dos bilhetes e o número de pretendentes ao espectáculo.
São um sem número de fantásticos – assombrosos - extraordinários instrumentistas; um sem número de maravilhosos personagens; um sem número de ilustres autênticos que mais parecem irreais, convidados; conduzidos por um admirável violinista – André Rieu.
Do lado de lá, naqueles impressionantes concertos, estão outros tão fantásticos intervenientes como os primeiros, - que cantam, que riem, que dançam ou, não fossem as valsas e as polcas para dançar, que demonstram uma alegria fantástica, que choram de alegria/ emoção, que vibram sem preconceitos, protocolos e etiquetas; do lado de lá é outro espectáculo com outros artistas.
Oxalá que Portugal mude e os nossos governantes também, no que toca ao tratamento que dão aos instrumentistas das orquestras e da música clássica, para que os jovens não desistam de a aprenderem conforme eu desisti.
Agora, resta-me ver e ouvir André Rieu ao pequeno-almoço, almoço e ao jantar, ao levantar e ao deitar e, nos intervalos.
VIVA A MÚSICA CLÁSSICA – assim ouvia eu no final de todos os concertos da Orquestra Sinfónica do Porto a que ia assistir ao Rivoli, quando ainda jovem, por alguém que EXTASIADO, EXTASIADÍSSIMO, clamava a plenos pulmões do meio da plateia. E não era a orquestra de André Rieu que tocava, era a nossa tão querida, extinta que foi pelos políticos, Orquestra Sinfónica do Porto.
Pois então, VIVA A MÚSICA CLÁSSICA, VIVA A EXTINTA ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO e os instrumentistas que a compuseram. Paz á alma dos que faleceram na maior das desilusões.
ABAIXO OS POLÍTICOS QUE DESTROEM AQUILO QUE TEMOS DE BELO
Faço homenagem aos educadores e professores de música que tive, pelo seu esforço, compreensão e dedicação para comigo; Ao professor e distinto compositor e maestro César de Morais que me introduziu no coro da sua orquestra de música sacra. Aos meus dois irmãos mais velhos, distintos profissionais músicos que, no seu tempo de descanso após chegarem a casa de um longo dia de trabalho e estudo no Conservatório de Música do Porto, diariamente me ensinavam: violino - o irmão violinista e, piano e solfejo - a irmã pianista e coralista – soprano.
Ao meu pai, que, com um enorme esforço, sempre idealizou para mim a distinta profissão de músico, - conforme para meus irmãos – e, a Arte de ser violinista, até ao dia em que viu, impotente, ao seu filho - meu irmão - já formado em violino, ser-lhe, por imposição de um sistema ditatorial, trocado o violino por uma Mauser e, enviado para a guerra em Angola e, uns anos mais tarde, o ver desempregado, causado por uma bestialidade política: Diferença de mentalidades com todos os países da Europa, incluído o país de André Rieu, comparada com a mentalidade tacanha que nem da idade média, de quem deveria de ter a cultura suficiente para saber, que, a cultura de um Povo faz falta; também a cultura no campo musical.
Muito obrigado.
VIVA A MÚSICA CLÁSSICA – VIVA AS ORQUESTRAS NACIONAIS PRESENTES - VIVA A ORQUESTRA DE ANDRÉ RIEU
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João da mestra

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DE PIANO E VIOLINO PARA A GUITARRA;
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1965/6
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>>>>Primeiro, iniciei a tocar em viola de caixa ou violão clássico, a música clássica. Depois, dediquei-me á música ligeira e de baile, em guitarra eléctrica.
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CONJUNTO SOL NASCENTE

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Em 1965 integrei o Conjunto Sol Nascente, onde, cerca de dois anos, participei em vários espectáculos musicais, tardes e noites dançantes e variedades. Foram diversas as colectividades de Vila Nova de Gaia e não só, onde actuei, conjuntamente com os quatro outros elementos.
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ESPECTÁCULOS DE BENEFICÊNCIA A FAVOR DA CONFERÊNCIA DE S. VICENTE DE PAULO DE CANIDELO, REALIZADOS NA ASSOCIAÇÃO RECREATIVA DE CANIDELO - CLUBE DOS CHALADOS - EM 1963 E 1965
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A apetência para a música, através de muitos e variados instrumentos, que, cada criança ou adolescente se dispunha a aprender durante um ano inteiro, para, no mês de Setembro de cada ano demonstrar no espectáculo a favor da Conferência de S. Vicente de Paulo, aquilo que se propunha executar, era de elevado grau de execução para a idade.
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A iniciação na récita, na declamação, no teatro infantil, praticou-se durante alguns anos por várias crianças de Canidelo. Levadas pela mão de pessoas que, com uma dedicação extremosa, ensaiavam horas e dias a fio todas aquelas pequenas e pequenos grandes artistas.
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A combinação da música instrumental individual ou em conjunto, dos enormes coros, das récitas, da declamação, levavam ao mais alto nível os espectáculos, infantil, realizados entre os anos de 1963 e 1966 naquelas instalações do Clube dos Chalados, já tradicional em espectáculos de tal natureza desde longas décadas.
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Espectáculo infantil de benemerência realizado na Associação Recreativa de Canidelo - (Clube os Chalados)

Assim se ocupavam as crianças dos lugares de Meiral, Verdinho, Quatro Caminhos, Rua da Bélgica, Fonte lodosa, Barracões, Canastreiras, enfim, de toda a freguesia de Canidelo.

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em 1963



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em 1966


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majosilveiro