Encontro com um ex-residente de Canidelo
Ao me encontrar em SANTAR, a cerca de 17 quilómetros de Viseu, com D. Miguel Rafael de Bragança, (o segundo filho de D. Duarte Nuno de Bragança) foi como que o encontrar-me com uma pessoa de família que não visse há umas dezenas de anos.
No enorme portal da sua quinta, ao fundo da rua, num imenso largo, surge-me, sem protocolos, D. Miguel. De roupas de trabalho, botas de água de borracha até meia perna, de boné, regressava do exterior, em destino à quinta, onde, sempre trabalhava no amanho das terras e das vides. Produção de vinho, entre algumas outras variedades agrícolas era o seu prazer, àqueles anos de 2003.
Cumprimentou-me efusivamente, sem me conhecer e, eu se me lhe dirigi, apresentando-me como cidadão de Canidelo em Vila Nova de Gaia, seu antigo vizinho do Palácio do Fojo;
Saiba Vª Senhoria que, sou natural de Canidelo de Gaia e que morei no Paço, na casa das mestras, a mesma casa onde minha mãe e meu avô nasceram e, onde, eu ouvi contar desde a minha infância, toda a vida da Exmª Família de Vossa Excelência; disse-lhe.
Os olhos saltaram-lhe, olhou-me e, ficou, ali, no meio de meio rua meio largo, inicialmente a ouvir-me e, depois, a contar-me, recordando, algumas partes da sua vida em Canidelo;
Morei sim, naquela casa enorme da quinta do Fojo, mas, foi a título de favor e, temporariamente. Foi a excepcional benevolência dos proprietários, que nos concedeu ficarmos por um determinado, longo, tempo, ali a morar.
E prosseguiu; A nossa casa era uma outra, do outro lado da linha do comboio, precisamente por traz daquela. Foi-nos retirada, essa nossa casa, que, era a de família. Confina com a freguesia de Canidelo e a da Madalena. Continuou; lembro-me que tinha uma enorme escadaria, toda em alvenaria de pedra e ficava virada para a linha férrea. Ainda agora, quando faço viagens Porto - Lisboa, ao passar naquele lugar, no apeadeiro de Coimbrões, imediatamente me levanto para admirar o que dela resta. É de lamentar o estado a que a deixaram chegar. Está absolutamente destruída, agora. Há uns anos, quando lá passava, nem se via, tal eram os silvados e matos que cobriam a escadaria e toda a fachada, prosseguiu.
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Reparei que, foi com bastante pesar que recordou certas passagens que ali viveu, enquanto muito novo. Um dos pormenores de que não esqueceu, foi o de que existiam duas enormes palmeiras (creio que duas me disse) defronte ou ao lado da casa.
Reparei que, foi com bastante pesar que recordou certas passagens que ali viveu, enquanto muito novo. Um dos pormenores de que não esqueceu, foi o de que existiam duas enormes palmeiras (creio que duas me disse) defronte ou ao lado da casa.
Fiquei de ir fotografar a dita casa, para mais tarde lhe ir entregar as fotos. Fui ao local, só que não as concluí. Fiquei de tal maneira desolado com o estado de degradação da mesma, sem sobra de pedra sobre pedra, que nem vontade deu de sacar da máquina. E até hoje Dº Miguel está à espera que lhe leve as fotos. Peço-lhe me desculpe tal facto, embora, não me sinta em falha, pois, que, também não tinha coisa alguma para fotografar.
PALÁCIO DA QUINTA DO FOJO
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Quanto à casa que apresento, da quinta do Fojo, aquela em que viveu o meu interlocotor, essa, foi quartel general das tropas Inglesas sob o comando do General Lord Wellington, adequando das invasões Francesas de Napoleão.
Quanto à casa que apresento, da quinta do Fojo, aquela em que viveu o meu interlocotor, essa, foi quartel general das tropas Inglesas sob o comando do General Lord Wellington, adequando das invasões Francesas de Napoleão.
Todos estes pormenores me eram contados pela minha mãe, que, nasceu em 1917, a cerca de dois mil metros de distância, dentro da mesma freguesia; Canidelo.
As populações de Canidelo, da época, reverenciavam D. Duarte Nuno de Bragança e sua Digníssima Família.
Quanto a mim, tenho presente, embora sem consciência, destes acontecimentos, somente a partir de cerca de 1958, a partir dos cerca de sete anos.
João da mestra
General Lord Wellington
D.Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco Xavier Raimundo António de Bragança foi o 23° Duque de Bragança e o herdeiro do trono de Portugal.
Em 1942, casou no Brasil, com D. Maria Francisca de Orleães e Bragança, princesa de Orléans e Bragança e bisneta de Pedro II, Imperador do Brasil (1825–1891). Através deste casamento, uniram-se os dois ramos da família. O casal teve três filhos:
D. Duarte Pio de Bragança (Berna, 1945–), reivindica os títulos de Duque de Bragança e de Príncipe Real de Portugal.
D. Miguel Rafael de Bragança (Berna, 3 de Dezembro de 1946–), reivindica o título de Duque de Viseu.
D. Henrique Nuno de Bragança (Berna, 6 de Novembro de 1949–), reivindica o título de Duque de Coimbra.
D. Duarte Pio de Bragança nasceu em Berna. Foi o primeiro filho de D. Duarte Nuno de Bragança e de D. Maria Francisca de Orléans e Bragança. Os seus padrinhos de baptismo foram, por representação, o Papa Pio XII, a Rainha-viúva D. Amélia de Orleães e a Princesa Aldegundes de Liechtenstein.
D. Duarte Pio de Bragança é o herdeiro do título de Rei de Portgal.
A família Bragança foi autorizada a regressar a Portugal pela lei 2040 de 20 de Maio de 1950. Três anos mais tarde, uma grande parte da família se estabeleceu em Portugal. O núcleo da mesma fixou residência, inicialmente, na quinta da Bela Vista, em Canidelo, Vila Nova de Gaia, propriedade de D. Maria Borges e dos condes da Covilhã, mudando-se depois para o palácio de S. Marcos, nos arredores de Coimbra,[4] parcialmente cedido pela Fundação da Casa de Bragança
(EXTRAÍDO DE WIKIPÉDIA – D. Duarte Nuno e D. Duarte Pio, Duques de Bragança)
majosilveiro
Conheço a Quinta por dentro e já estive nos jardins do Palácio, porque os meus tios trabalham lá, são os caseiros da Quinta ;) É linda e única!
ResponderEliminarAbraço,
Madalena
oi manuel,bela mansão;deve ser lindo conhece-la por dentro;e vç teve a felicidade de morar num lugar desses;a minha curiosidde é como se construiam esses mansões....de onde vinha tanto capital;parabens evaristo
ResponderEliminarHistoria fantástica!
ResponderEliminarCaro senhor:
ResponderEliminarAs fotos que são espelhadas referem-se ao edificado dentro do que se passou a chamar Quinta do Fojo?...É que a área edificada onde residiu D. Duarte Nuno parece-me ser outra que eventualmente pertenceria aos mesmos donos mas se situava noutros limites embora contíguos...A Quinta do Fojo encontra-se num dos lados da Rua de Entre-muros e a da Bela Vista precisamente do outro lado.Lembro-me de passar por essa Rua quando miúdo -mais tarde essa Rua foi literalmente cortada pela Auto-Estrada do Norte- no caminho para as praias da Madalena ou de Canidelo.
Em determinado momento essa Rua era servida por uma ponte -hoje de betão e feia- de ferro e travejamento em madeira.
Via-se entre as barras de madeira -algumas delas meio soltas- a linha do Caminho de Ferro.
Tudo isto existia e existe a cerca de 150 ou 200 metros do apeadeiro de Coimbrões.
Caro senhor meirelesportuense; Estas fotos são precisamente da hoje denominada Quinta do Fojo e, o palácio é precisamente aquele que está edificado no interior da mesma. Esta residência foi cedida a título excepcional e por favor para residência dos Duques de Bragança (pais e filhos) após a chegada do seu exílio já no Governo do Estado Novo de Salazar. A residência a que o caro senhor se refere, que era pertença da própria família Duques de Bragança, essa, foi abandonada após a retirada para o exílio da Família Real que não o chegou a ser. Essa, a que o senhor se refere, fica de facto situada nas traseiras da actual Quinta do Fojo e está destruída em absoluto porque dela nada foi feito depois de deixada pela família em causa. As lutas entre freguesias, entre proprietários ou entre o Estado que a nacionalizou ou não, deixaram a que tudo ficasse naquele estado que hoje se pode ver. Inicialmente pertencente aquele espaço à Freguesia de Canidelo, a mesma foi pretendida pela freguesia da Madalena creio que para Lar de Terceira Idade, pela cooperativa de habitação ali existente para o mesmo efeito ou para creche e, também pela Junta de Freguesia de Santa Marinha. Os proprietários, em absoluto desconheço quem são, mas, serão todos menos a Família que lá morou e que foi despojada dos seus bens. Assim o entendi da conversa com o meu interlocutor D. Miguel Rafael de Bragança irmão do pretendente ao trono D. Duarte Pio de Bragança e assim me expresso no texto acima. Quanto ao restante que cita tudo está em conformidade excepto que, o apeadeiro "de Coimbrões" é de facto DE CANIDELO, sendo aqui a culpabilidade atribuída, segundo me constou, à C: P: que se nega a mudar o nome. O terreno onde está o apeadeiro é de facto Canidelo; sendo assim, temos o apeadeiro de “Coimbrões” construído em Canidelo o que não deixa de ser caricato.
EliminarAtenciosamente e ao dispor; João da mestra.
Congratulations João da Mestra , belíssimo documentário e snapshots de primeira 🙂
EliminarTanks & regards, Marko M da Costa.
Vivo aqui perto uma pena o palacete abandonado nas traseiras do campo de golfe ..um crime na história de Portugal
ResponderEliminarObrigada por partilhar histórias de Portugal.
ResponderEliminarBem haja.
Abraço