Canidelo e a sua Reserva Natural do Cabedelo
Não é por ter sido criada a Reserva Natural do Estuário do Douro, ou antes, Reserva Natural Local do Estuário do Douro, que, eu imensamente gosto de denominar de Reserva Natural do Cabedelo de Canidelo, por uma questão bairrista, porque é no Cabedelo que ela está, porque é a Canidelo que pertence;
Não é por ter sido criada a Reserva Natural Local ou, chamemos-lhe como se queira, que, o habitat natural de aves como o Pato-real, a Garça branca e a Garça-real e muitas outras, existe agora naquele espaço.
Já há cerca de cinquenta e cinco anos, quando para lá ia acompanhado com os mais idosos da família, pai, mãe, avó e irmãos, à apanha de lenha – paus miúdos, pequenos ramos de arbustos e, toda uma variedade de outras, para alimentar o fogão de combustão a lenha lá de casa, - que, os patos, as gaivotas, as garças, o pisco, o maçarico, o borrelho, o guarda – rios, já lá andavam e há muitos milénios.
Reserva Natural local ou habitat, sempre aquele local foi, que, em criança tanto lhe chamávamos bico do cabedelo como fábrica dos cães, como praia do cabedelo, mas, das aves sempre foi um importante refúgio.
Aquilo que em criança queríamos, era ir para a pedra de escorregar, que, por vezes, por desconhecimento ou confusão também lhe chamávamos pedra do cão, mas, as aves já lá estavam e lá ficavam, pois não existia o luxo de agora de se pretender prender ou cativar aves exóticas. Isso é maus hábitos; modernices.
Existiam ali figuras típicas, do local, como o traquinas – o Raul - que, meu colega da escola primária – a tal que foi demolida, Manoel Marques Gomes - ali viveu mais de sessenta anos; ali passou toda a sua vida. Era um protector do local, porque, aquele era também o seu habitat. Esquecer aquele amigo de infância, aquela figura despretensiosa, que, por tantas vezes o ouvi dizer com um orgulho desmesurado que morava na fábrica dos cães, onde, naquela altura – há cinquenta anos – não existia estrada, água que não fosse de poço, nem luz, mas, que era um prazer morar ali, eu o sentia; não é fácil. Não é fácil esquecer aqueles tempos dos anos 1956 a 1960.
Aquele, era um local quase inacessível, sem luz pública, somente com um caminho em terra por entre silvados de um lado e uma imensa floresta de exemplares tropicais do outro, vedada por um enorme muro.
Aquele, era um local tranquilo, deserto, onde muito dificilmente chegava movimento; Era a melhor Reserva Natural que conheci. Passava o ano de 1956. Então, já era a Reserva Natural do Cabedelo de Canidelo - Gaia
O HABITAT NATURAL
DO PATO REAL
NA RESERVA DO CABEDELO
EM GAIA, EM CANIDELO
Fotografias lindissimas,com óptima côr,em que a vegetação deu uma boa ajuda!
ResponderEliminarO texto,é como se o sentisse,pois sei do que falas...éra o nosso Cabedelo!!!
é mais um excelente contributo para a Memória da Freguesia.
ZedoHermes
o josé disse que era o nosso cabedelo,porque não é mais assim;a segunda foto pareçe a figueira aos fundos e o afluente do rio mondego em primeiro plano;fotos muito bonitas;mas sabes que eu criei 8 patonhos desde que nasceram no jardim da estrela;eu tomava conta para que não os roubassem;tenho fostos desde pequenos até grandes;vou procurar;evaristo
ResponderEliminarJosé: Recordar é viver e, eu limito-me a recordar. O texto em todas as páginas é o que eu - nós, Canidelenses - vivemos; conforme dizes, também o sentiste. Eu gostava, que fosse um contributo válido para a nossa terra. Obrigado pelo incentivo e pela Marca que deixaste nesta visita. Abraço
ResponderEliminarEvaristo - Lea, os amigos do Brasil que se interessam dos assuntos e dos cuidados positivos naquela que é também a sua Pátria. O Cabedelo continua a ser, sempre, o nosso Cabedelo, Evaristo. Nós é que estamos prestes a deixá-lo, definitivamente, mas, ele lá fica, eternamente, NOSSO. Mesmo a risidir fora daquela freguesia hà 30 anos, tanto o José como eu, Cabedelo e Canidelo é e será sempre nosso. Talvez não seja é como era dantes; tudo se altera. Abraço Evaristo e Lea.
ResponderEliminarComo me lembro so nosso Cabedelo assim..
ResponderEliminarIa de Salgueiros ao Cabedelo a pé, tomar banho ao rio... que saudades.
Bravo, gostei das fotos e do texto vivi minha infancia nesse cabedelo de outros tempos deixa saudades mesmo! quem e que se lembra daquela casa mesmo ao lado da Guarda fiscal? na antiga SNAB? acho que fui um sortudo do meu patio atirava uma pedra e ela caia no mar.. saudades
ResponderEliminarhoje em dia em vez do Douro tenho o Thames perto de mim.. nunca sera a mesma coisa!
abraco